Judith Teixeira como Lena de Valois
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Os nevoeiros tombam já rasgados,
na cidade cinzenta e espectral,
alucinando os rostos espantados
pelo prodígio erguido sobre o mal:
Mortos e vivos correm misturados
num tropel doido e sobrenatural...
E na Cidade Santa são rasgados
os véus dos templos sob o vendaval!
As tábuas que escondiam os hebreus
mistérios dessa raça e doutro Deus,
foram queimadas num incêndio estranho...
E na turba, fugindo a delirar
vinha nascendo a luz, do Grande Altar,
em que se ergueu depois o Santo Lenho!
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E os séculos passaram lentamente...
e os fariseus repetem a heresia
quebrando altares, trucidando gente!
Senhor! de que me serve este suplício,
se nem Tu conseguiste na agonia
igualar corações no sacrifício?!...
Sexta-feira de Paixão - 921
(Judith Teixeira, Castelo de Sombras, 1923.)
2 comments:
:
místico
já por si só este blog
.
afortunada judith por haver quem lhe sopre ainda
os pulmões pelos ombros do tempo
injustamente invisíveis.
parabéns
e
bem-haja
fabuloso!!!!!!!!!!!!!!
beijo Martim.
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