Thursday, August 11, 2016

Judith Teixeira: fotologia


Abrindo-se em luz, esta composição poética judithiana congloba sob o rigor do sol um vasto conjunto de semas criadores da isotopia da luz, do diurno. Às vezes, cada verso é mesmo uma exorbitância disso. Irrompendo, deflagrando no manto de palavras o clamor do excesso, visível também nos prefixos, este modo encontrável no universo poético da escritora, este jeito à rebours da norma lírica nacional, ambos, modo e jeito, são afirmação de diferença e originalidade. Quem mais, afinal, assim luzindo na poesia portuguesa? 

Thursday, August 04, 2016

Teografias judithianas


Em ano luminoso, astral, é importante assinalar alguns dos vezos da lírica de Judith Teixeira - esta pele sideral, por exemplo, que descortinamos no soneto "Alvorecer" é perfeita imagem de um lugar produtivo. Eufórica a natureza, como festa divina, eis que o sujeito lírico colhe, na efusão dos sentidos, o alor vivo do Criador. Marca funda, esta, como etos transbordante na poesia judithiana. 

Wednesday, August 03, 2016

A tópica do mar em Judith Teixeira


Comum como o lugar disso é o mar também uma presença no universo judithiano. Na juntura do poente, laço e nó de cópula corporal, o sujeito poético espraia-se em ritualidade aquática. Na exacerbação da pele, do sal conectivo ao fulgor do sofrimento, eis que o sangue admonitório convoca o risco e a fenda da tragédia. Afinal é de injunção que este mar é feito - de abandono e apartamento, leia-se. Di-lo a lua, seu mágico espelho. 
[viseu, 3 de agosto de 2016, na melhor espuma do dia... martim de gouveia e sousa.]