JVDITH TEIXEIRA, «Satânia. Novelas», Lisboa, Editores Rodrigues & C.ª, 1927.
Wednesday, December 11, 2013
Sunday, August 18, 2013
Monday, August 12, 2013
Wednesday, August 07, 2013
Sunday, July 21, 2013
Judith Teixeira e Maria Archer – com Aquilino Ribeiro
Judith Teixeira e
Maria Archer – com Aquilino Ribeiro
[este texto é publicado agora pela primeira vez, uma vez que o não foi anteriormente, como anunciado, por equívoco]
Há uniões e laços que o tempo ousa promover. Existem
mesmo relações que apenas Cronos consegue afinar com ajuda de vulgares humanos
como mão escrevente. E a fábula resume-se a isto:
Depois da cavalgada demolidora dos destruidores da
chamada «literatura de Sodoma» (ali por 1922 e 1923, na capital do império, na
biblioclastia de Judith, Botto e Leal), ainda na cinza quente da investida,
Aquilino Ribeiro bem frisou a qualidade mais do que estimável da mulher poeta
Judith Teixeira, afirmando-a e afirmando-se contra a perseguição de pensamento
e de liberdade artística, adverso a tresleituras artísticas. E disse-o em
entrevista à conceituadíssima Revista
Portuguesa, dirigida por Victor Falcão, no ano de 1923.
Há atitudes que desvelam uma ética e o estrito
respeito pelo rigor artístico – esta a inscrição de Aquilino no porvir, a de
saber estar nos momentos certos com as melhores atitudes.
Entre Judith Teixeira e Maria Archer, existem alguns
traços em comum: por exemplo, um estranho esquecimento lavrante; uma perenidade
pela insujeição; a luta contra as cruzadas dos «bons costumes»; o vezo
corporal; o divórcio em tempo de o «não haver»; a valia conferente (bem mais
evidente em Archer); a produção literária com condição, com implicação social;
a afirmação da não inferioridade intelectual da mulher; as perseguições; os
abandonos; os exílios (o de Judith menos físico e mais mental).
Maria Archer, como Judith, teve as suas
perseguições. Trabalhando Archer como jornalista repórter para o jornal República no julgamento de Henrique
Galvão, em 1953, eis que a PIDE intervém, confiscando-lhe os apontamentos – não
se ficando, a intelectual escreveu um artigo que fez publicar no jornal com o
título «Um caso inédito de perseguição do pensamento» (20 de outubro de 1953).
Como decorrência, Maria Archer vê-se obrigada a abandonar o país. Solidários,
na despedida estiveram Ferreira de Castro e Aquilino Ribeiro.
Com Aquilino Ribeiro, Judith Teixeira e Maria Archer
afirmam o caráter indómito de valores e princípios. Eles estiveram lá, no
momento certo, sem tergiversações.
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Amarelhe e Judith Teixeira
Amarelhe notabilizou-se pela ação artística e pela veia satírica bem presente em alguns dos seus desenhos. Este é um desses casos e foi publicado no jornal O sempre fixe, em 1926. Trata-se de mais um ataque bem direto a Judith Teixeira, que vinha arrostando, desde 1923, com sátiras e pregões a seu respeito.
Tomando-lhe o corpo, Amarelhe destaca o traço do excesso físico. No passo, salienta o desvio sexual e a exorbitância dos sentidos. Tudo, afinal, em encaixe com uma moralidade castrada, conveniente e agónica. A ditadura militar chegava e, em breve, haveria Estado Novo. E tal admoestação, vinda de um artista de qualidade, como o foi Amarelhe, não é bem de artista e mais de guardião da «moralidade».
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