ANSIEDADE
Minha Mãe! Minha Mãe! quero dormir -
e o vento não me deixa descansar...
Este silvo não deixa de se ouvir...
Parece a voz d'alguém que anda a penar!
Vem agora, escutar o retinir
dos vidros... começou a trovejar.
Fecha a janela, Mãe! Vem-me cobrir.
Mãe! sinto frio, até no teu olhar!
Foge-me tudo, que eu procuro e quero!
Vem perseguir-me a lenda de «Ahasveros»...
Mãe! - expulsou-me o próprio coração!...
Fui até pela Dor repudiada...
Mãe! quero regressar - voltar ao Nada -
e perder-me na grande escuridão!
Noite - Setembro
1922
[JUDITH TEIXEIRA]
1922
[JUDITH TEIXEIRA]
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