Memória de Judith Teixeira em conferência de Branca de Gonta Colaço
Vinda da intensidade e do desejo, a
literatura de Judith Teixeira pôde ser esquecida como um excesso contra o
devir. Mas não o poderia para sempre. Onde tudo é possível, a fissura erótica
age e deflagra-se nas camadas mais lateralizadas do desaconchego canónico até
ao centro possível – acêntrica, a textologia judithiana é um centro, um outro
centro.
Em conferência que não foi descaso,
de título «Nós outras, as poetisas», Branca de Gonta Colaço, no ocaso do
primeiro quartel do século XX, não omitiu o nome de Judith Teixeira no vasto
rol de mulheres poetas convocadas como exemplo e produção literária. Lutando
contra o destino, Teixeira publicará, pouco depois, a importante conferência «De
mim».
O exercício judithiano dizia então
que o nós de Branca de Gonta era a semente da convenção e do artificial. Um eu, em poesia, não poderia seu um nós. E ainda não é…
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