Errores e lugares-comuns sobre Judith Teixeira: o magno caso do Dicionário de escritoras portuguesas das
origens à atualidade, de Conceição Flores, Constância Lima Duarte e Zenóbia
Collares Moreira (Ilha de Santa Catarina, Editora Mulheres, 2009).
De enganos na
mão, porque o único motivo que me levava a comprar este dicionário era a
inscrição da entrada da escritora Judith Teixeira, puxei do dinheiro e,
arreliado, paguei um produto estragado à partida. O caso passou-se há uns
poucos anos, ali pela zona ribeirinha do Porto. Afinal, a inscrição judithiana
saíra-me cara e lançara em mim a desconfiança sobre todas as entradas do
dicionário.
Eu explico o
despautério: para o dicionário (que não para as autoras, espero!!!!!), Judith
Teixeira é uma poetisa e ensaísta natural de Lisboa (bem, Viseu ficou um pouco
mais ao norte!), nascida em 1873. Parece que há quem diga em 1888! No caso,
sejamos romanos e digamos in medio uirtus
est – definitivamente, Judith Teixeira nasceu em 1880, como há muito o
disse a magnífica edição da &etc (obrigado Maria Jorge, Vítor
Silva Tavares e Luís Manuel Gaspar, pelo critério!) e até eu, urbi et orbi. Mas avanço: dizem as autoras que Judith
Teixeira fez publicar a conferência De
mim em 1923 (não é grave!!!) – 1926 estava aí, a escassos três anos de
distância. Pasme-se agora, amigas e amigos judithianos, com a existência de uma
inenarrável titulação Poemas, de
1956, a que seguiu, e agora as autoras quase que acertaram, a edição da &etc,
em 1996 – só que não reúne apenas, como elas dizem, escritos poéticos.
Passar pelas
coisas sem ver irrita. Estes serviços acabam por lesar definitivamente a fidedignidade.
No caso, diga-se, falamos de autoras ligadas a universidades. E isso, claro, eu
não entendo. Mas haverá quem entenda?
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